Baby Doll é uma lingerie icônica de caimento solto e fluído composto por camisola mini e calcinha. Quando vemos o modelo não imaginamos, mas sua história está ligada a gênero, liberação feminina e política onde moda e lingerie se encontraram.

História do Baby Doll

Houve uma época em que as mulheres apenas tinham o corset como opção de lingerie. Apertado demais, machucava e não era confortável. Aliás, a calcinha, sutiã e outros tipos derivaram dele. As mulheres achavam opressor.

O baby doll como vestido apareceu na literatura em 1912 em Captain Martha Mary. Um dos personagens usava uma vestimenta com as descrições da peça, mas não era chamado assim ainda.

Depois, a designer de lingerie Sylvia Pedlar em 1940 diminuiu os tecidos de seus modelos na altura do joelho em reposta a falta de matéria-prima na época da guerra.

A atitude deixou as camisolas mais curtas e foi aceito pelas mulheres. Naquela época, a média do padrão era na altura do tornozelo.

Liberação sexual

1956 foi uma época de liberação sexual e o baby doll era ligado diretamente a um movimento político em que mulheres tinham mais autonomia de seus corpos.

Estereótipo

No entanto, em 1956, o filme Baby Doll de Tenesse Williams mostrava uma personagem feminina de 19 anos e virgem.

Dizem que o nome ficou popular a partir daí e batizou a lingerie e o vestido de vez. Portanto, ficou relacionado ao feminino, inocência, juventude, delicadeza e pureza.

Não demorou muito para a modelagem (camisola solta e curta) passar a ser usada como lingerie e para dormir, já que a imagem era sexy.

Status quo

Então, Cristóbal Balenciaga em 1958 alçou o baby doll a um novo status dentro da alta costura ao lançar a modelagem em sua coleção. Ele tinha corte tomara que caia de caimento solto, mas estruturado, além de ser curto. O modelo voltou ao dia a dia.

Surgiu um novo estilo e foi seguido por Hubert de Givenchy, que atrelou ao baby doll os preceitos de liberação, conforto e a emancipação do que as mulheres deveriam vestir.

Rebeldia e desconstrução

Nos anos 60, o vestido baby doll ficou cada vez mais curto e virou uniforme para rebeldia da juventude daquela época.

Politicamente e usando a moda, mulheres lutavam contra o estereótipo da figura feminina e clamavam por liberdade e autonomia de seus corpos.

Também fez parte de uma cultura nos anos 90 encabeçada pela artista Courtney Love, que cantava músicas agressivas, enquanto usava o vestido com ironia junto com sapatos Mary Jane e meia sete oitavos.

Fazia crítica da relação do baby doll a inocência e por isso era alvo de fetiche. A intenção era desconstruir o ideal de feminilidade com mensagem subversiva.

Atualmente, o baby doll é uma lingerie considerada clássica, atemporal e confortável. A peça pode dar volume a parte inferior do corpo e chamar a atenção para os ombros e decote. Cai bem em corpos do tipo maçã, triângulo invertido, retângulo e ampulheta.

Dele surgiu a variação conhecida como short doll e no lugar da calcinha entrou o short e uma camisola mais curta, uma alternativa a mulheres de quadril largo, como o tipo pêra.